29/03/2015

15. O dom da alegria e do acolhimento

SÃO PAULO APÓSTOLO: 13Que o Deus da esperança encha vocês de completa alegria e paz na fé, para que vocês transbordem de esperança, pela força do Espírito Santo (Rm 15,13).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Saber tornar o ambiente acolhedor, alegre e sereno é um dom precioso. Brincadeiras, mas decorosas. Seriedade, mas no tempo oportuno. Flexibilidade, mas não fraqueza. Ordem, mas não mania. Condescendência, mas não simpatias. Respeito por muitas ideias e hábitos, mas manter as próprias quando são sadias e seguras.

REFLEXÃO: Nunca sejais homens e mulheres tristes: um cristão não o pode ser jamais! Nunca vos deixeis invadir pelo desânimo! A nossa alegria não nasce do fato de possuirmos muitas coisas, mas de termos encontrado uma Pessoa: Jesus, que está no meio de nós; nasce do fato de sabermos que, com Ele, nunca estamos sozinhos, mesmo nos momentos difíceis, mesmo quando o caminho da vida é confrontado com problemas e obstáculos que parecem insuperáveis… e há tantos! Sigamos Jesus! Nós acompanhamos, seguimos Jesus, mas sobretudo sabemos que Ele nos acompanha e nos carrega aos seus ombros: aqui está a nossa alegria, a esperança que devemos levar a este nosso mundo[1].



[1] Homilia do santo padre Francisco, 24 de março de 2013.

25/03/2015

56 - O autoconhecimento e as relações interpessoais

SÃO PAULO APÓSTOLO: 6O motivo do orgulho que vocês têm não é coisa digna! Vocês não sabem que um pouco de fermento leveda a massa toda? 7Purifiquem-se do velho fermento, para serem massa nova, já que vocês são sem fermento (1 Cor 5,6-7).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Pessoas orgulhosas que não conhecem nem Deus, nem a si mesmas; vão adiante segundo as impressões: um elogio as exalta, uma observação as abate; confiam em si mesmas e desprezam o conselho dos outros; não sentem a necessidade de recorrer a Deus, razão pela qual “dispersou os que têm planos orgulhosos no coração” (Lc 1,51).



REFLEXÃO: Conhecer a si mesmo significa saber de sua natureza, origem e finalidade, de suas particularidades (aceitação de suas dificuldades, reconhecimento do seu temperamento, influencias do meio na sua formação, seus desejos, gostos, capacidades e aspirações). Somente percorrendo esse caminho é que poderemos dirigir-nos, alcançando a harmonia da personalidade da personalidade integral. Observar a própria vida é tomar posse dela[1].


[1] NOVELLO, Fernanda Parolari. Um mergulho em si. São Paulo: Paulinas, 2004, p.17,18

24/03/2015

Alberione e o sofrimento

Quando começamos a ler Alberione, uma das primeiras perguntas que nos advêm é sempre esta: como ele conseguiu, não obstante a todos os sofrimentos, realizar tantos empreendimentos? Como ele foi capaz de suportar tantas doenças sem jamais perder sua confiança em Deus ou desviar-se de seus ideais? A resposta é simples: a vida interior. O padre Alberione, podemos afirmar sem medo, foi um verdadeiro "místico do sofrimento". Suportou tudo por amor de Cristo e das almas. Sua meta: o paraíso. Sua referência: a cruz de Cristo. Assim como o Apóstolo "completou na própria carne os sofrimentos de Cristo".    

22/03/2015

14. Apóstolo é quem comunica o amor

SÃO PAULO APÓSTOLO: 13Irmãos, não acho que eu já tenha alcançado o prêmio, mas uma coisa eu faço: esqueço-me do que fica para trás e avanço para o que está na frente. 14Lanço-me em direção à meta, em vista do prêmio do alto, que Deus nos chama a receber em Jesus Cristo (Fl 3,13-14).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: O apóstolo é aquele que traz Deus em sua alma e o irradia ao redor de si. Apóstolo é um santo que acumulou tesouros, e comunica sua abundância aos homens. O apóstolo tem um coração que arde de amor por Deus e pelos homens. Ele, como diz um escritor, transpira Deus por todos os poros: com as palavras, as ações, as orações, os gestos, as atitudes; em público e privadamente; com todo o seu ser.

REFLEXÃO: O amor é, de fato, uma intensificação da vida, uma completude, uma plenitude, uma inteireza de vida. (…) Jamais seremos plenamente reais enquanto não nos apaixonarmos – seja por uma pessoa humana, seja por Deus. E isso não deve se limitar apenas à realização sexual: abrange tudo na pessoa humana – a capacidade de entrega de si, de partilha, de criatividade, de cuidado mútuo, de preocupação espiritual[1].




[1] MERTON, Thomas. Amor e Vida. São Paulo: Martins Fontes Editora, 2004. p.28

18/03/2015

55 - O querer de Jesus e o querer pessoal

SÃO PAULO APÓSTOLO:  5Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. 6Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, que age por meio de todos e está presente em todos (Ef 4,5-6).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Se todos tivermos os pensamentos, os sentimentos, o querer de  Jesus, viveremos realmente a vida comum íntima, pois, duas quantidades iguais a uma terceira são iguais entre si, e duas pessoas que possuem os mesmos sentimentos de Jesus são idênticas. Igualdade de pensamentos, desejos, piedade, apostolado: igualdade de vida.



REFLEXÃO: E é esse o mistério de nossa vocação: que não deixemos de ser homens para nos tornarmos anjos ou deuses, mas que o amor de meu coração de homem se possa tornar o amor de Deus por Deus e pelos homens, e minhas lágrimas humanas possam cair de meus olhos como lágrimas do próprio Deus, porque brotam pela moção de seu espírito no coração de seu filho encarnado. (...) Quando se aprende isso, nosso amor pelos outros se torna puro e forte. Podemos ir ao seu encontro sem vaidade nem espírito de autocomplacência, amando-os como algo da pureza, da mansidão e do escondimento do amor de Deus por nós[1].




[1] MERTON, Thomas. Na liberdade da solidão. Petrópolis: ed. VOZES, 2001, p. 95

15/03/2015

13. Alegria e serenidade da convivência

SÃO PAULO APÓSTOLO: 4Fiquem sempre alegres no Senhor! Repito: fiquem alegres! 5Que a bondade de vocês seja notada por todos (Fl 4,4-5).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: É preciso cultivar uma convivência alegre e serena entre bons irmãos que têm o mesmo fim em vista.

REFLEXÃO: O próprio Jesus “estremeceu de alegria sob a ação do Espírito Santo” (Lc 10, 21). A sua mensagem é fonte de alegria: “Manifestei-vos estas coisas, para que esteja em vós a minha alegria, e a vossa alegria seja completa” (Jo 15, 11). Porque não havemos de entrar, também nós, nesta torrente de alegria? Há cristãos que parecem ter escolhido viver uma Quaresma sem Páscoa. Reconheço, porém, que a alegria não se vive da mesma maneira em todas as etapas e circunstâncias da vida, por vezes muito duras. Adapta-se e transforma-se, mas sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de, não obstante o contrário, sermos infinitamente amados. Compreendo as pessoas que se vergam à tristeza por causa das graves dificuldades que têm de suportar, mas aos poucos é preciso permitir que a alegria da fé comece a despertar, como uma secreta mas firme confiança, mesmo no meio das piores angústias[1].


[1] Papa Francisco, Evangelli Gaudium, 2013, n.5 e 6

11/03/2015

54 - Contrastes nas relações humanas

SÃO PAULO APÓSTOLO: 20Numa casa grande, não há somente vasos de ouro e prata; há também de madeira e barro. Alguns são para uso nobre, outros para uso comum. 21Aquele que se purificar desses erros será vaso nobre, santificado, útil para o seu dono e preparado para toda boa obra (1 Tm 2,20-21).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Quantos contrastes entre uma calma exterior e uma tempestade interior! Pensamentos irracionais de revolta, de ambição, de sensualidade, de sonhos febris, mundanos... Procedentes de leituras, discursos, espetáculos, ambições... E na mesma comunidade almas simples, inteiramente de Deus, numa paz vitoriosa.



REFLEXÃO: Não há outro modo para vencer o mal e o pecado, a não ser através do amor, que impele ao dom da própria vida pelo próximo[1]. A verdadeira riqueza é o amor de Deus compartilhado com os irmãos. Aquele amor que vem de Deus e que nos leva a compartilhá-lo entre nós e a ajudar-nos uns aos outros. Quem o experimenta não tem medo da morte e recebe a paz do coração[2]. O amor fraterno é o testemunho mais próximo que nós podemos dar, de que Jesus está vivo conosco, que Jesus ressuscitou[3].



[1] Papa Francisco, Praça de São Pedro, 19 de Janeiro de 2014.
[2] Papa Francisco, Praça de São Pedro, 4 de Agosto de 2013.
[3] Papa Francisco, Praça de São Paulo, III Domingo de Páscoa, 14 de Abril de 2013.

08/03/2015

12. Perigos e imperfeições da convivência

SÃO PAULO APÓSTOLO: 13Irmãos, vocês foram chamados para serem livres. Que essa liberdade, porém, não se torne desculpa para vocês viverem satisfazendo os instintos egoístas. Pelo contrário, disponham-se a serviço uns dos outros através do amor. (Gl 5,13).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: A vida comum deve estar alerta contra descaminhos e imperfeições quase inevitáveis. Há, em primeiro lugar, perigos gerais e comuns: perigo de conservadorismo, com hipertrofia dos particulares; incapacidade de colaboração com os outros; mesquinhez no modo de combater por um ideal; incompreensão do ideal e do apostolado dos outros etc.

REFLEXÃO: A fraternidade religiosa, com toda a sua diversidade possível, é uma experiência de amor que vai além dos conflitos. Conflitos comunitários são inevitáveis: de certo modo, eles precisam ocorrer, caso a comunidade esteja verdadeiramente vivendo relações sinceras e honestas. É a vida. Não faz sentido pensar em uma comunidade na qual haja irmãos que não vivenciam dificuldades em suas vidas. Algo está faltando em comunidades onde não existam conflitos. A realidade dita que existam conflitos em todas as famílias e grupos humanos. E os conflitos precisam ser encarados de cabeça em pé: não deveriam ser ignorados. Encobri-los só cria uma panela de pressão que irá, por fim, explodir. Uma vida sem conflitos não é vida”. Unidade prevalece sobre o conflito[1].


[1] Papa Francisco, Encontro superiores religiosos, La Civiltà Cattolica, 03.01.2014.

04/03/2015

53 - Caçadores de defeitos

SÃO PAULO APÓSTOLO: 11Ouvimos dizer que entre vocês existem alguns que vivem à toa, sem fazer nada e em contínua agitação (2 Tes 3,11).


BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: É um espetáculo muitas vezes lastimável ver-se irmãos sobrecarregados de trabalho, enquanto outros parecem torcedores que ficam só a observar, a julgar, a pôr defeitos em evidência.


REFLEXÃO: Posso me sentir em casa somente numa comunidade onde se conversa sobre sentimentos, sejam quais forem, aberta e honestamente, sem julgar; e onde ninguém se esconde nem precisa se esconder por trás de palavras amigáveis. Quando numa comunidade reina uma atmosfera fria, isso pode tornar algumas pessoas virtualmente doentes. Pois comunicação, espírito e amor têm lugar apenas quando se abordam e se partilham os verdadeiros problemas, os bloqueios; e também as coisas que deram certo e dão alegria[1].





[1] GRÜM, Anselm. SARTORIUS, Christiane. Amadurecimento espiritual e humano na vida religiosa. São Paulo: Paulinas, 2. ed.2008, p.161

01/03/2015

11. A natureza da sociedade

SÃO PAULO APÓSTOLO: 7Deus não nos chamou para a imoralidade, mas para a santidade. 8Portanto, quem despreza essas normas não despreza um homem, mas o próprio Deus, que dá o Espírito Santo para vocês (1 Tes 4,7-8).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: A vida comum em sentido religioso depende da natureza da sociedade... Trata-se sempre de associações de pessoas que querem ajudar-se mutuamente para conseguirem a santidade.

REFLEXÃO: Em meio às diversas sociedades de nosso planeta, marcadas por paixões e por interesses contrastantes que as dividem, desejosas de unidade mas incertas sobre os caminhos a seguir, a presença de comunidades onde se encontram, como irmãos ou irmãs, pessoas de diferentes idades, línguas e culturas, permanecendo unidas não obstante os inevitáveis conflitos e dificuldades que uma vida em comum comporta, é já um sinal que atesta qualquer coisa de mais elevado que faz olhar mais para o alto[1].



[1] A vida fraterna em comunidade, 1994, n.56