Por Francisco Galvão, ssp
Introdução
Durante a fecunda etapa do noviciado (Medellín, 2016) tive a
oportunidade de debruçar-me, com mais afinco, sobre os escritos de nosso fundador,
o que me fez constatar – sem demasiada surpresa – que ainda há muito que aprender
desse audacioso e discreto comunicador.
Alberione foi um homem de poucas palavras, mas, ao mesmo tempo, de uma extraordinária
fecundidade espiritual e apostólica. O segredo? Ele próprio já nos revelou: “Oração
antes de tudo, acima de tudo, vida de tudo[1]”.
Quando tentamos descrever o padre Alberione, não raras vezes se
sobressai o “profeta comunicador”, o homem que fundou várias instituições
religiosas, com a finalidade de difundir o evangelho com os meios de
comunicação social. Esta é uma descrição possível, porém, a meu ver, um tanto rasa
e insuficiente para desvelar a grandeza deste admirável homem de Deus. É
preciso ir além do que os fatos, de per
si, nos revelam.
Se queremos, de fato, compreender o verdadeiro espírito alberioniano precisamos
ir além da palavra e adentrar o não dito de sua vida mística e silenciosa. Para
tanto, algumas perguntas são fundamentais: “Que aspectos de sua religiosidade se
conectam à realidade de sua própria história? Em que alicerce está embasada a comunicação
alberioniana? Que outras características estão por trás do profeta comunicador?”
Sem nos debruçar sobre tais questionamentos, o compreenderemos de maneira muito
superficial.
Como novos profetas da comunicação social, é urgente conhecer o movente da
“comunicação alberioniana”. O que levou este homem, aparentemente frágil, a empreender
projetos tão grandiosos numa época fortemente marcada por conflitos, guerra e tanto
sofrimento humano?
Alberione foi um homem de visão e universalidade. Sua maneira sutil e
audaz de comunicar o Cristo não é mais que reflexo de sua integralidade humana
e espiritual. Assim dizia ele: “Todo o homem em Jesus Cristo, para um amor
total a Deus: mente, vontade, coração e forças físicas[2]”.
Fora dessa integralidade, toda comunicação se torna vazia e insuficiente.
Falar de tudo cristãmente: eis a grande meta proposta por Alberione[3].
Diante deste desafio é preciso reconhecer que, ser paulino hoje, exige uma
universalidade de pensamento para a qual muitos de nós não estamos
preparados... Afinal, cultivar os mesmos pensamentos e sentimentos do Mestre
não resulta numa tarefa fácil. É caminho para toda a vida. Requer entrega incondicional
e desapego constantes. Neste sentido, o exemplo de Alberione é, no mínimo, inspirador.
O padre Alberione tem um fascínio todo particular, tanto mais atraente quanto mais fugidio. Une a austeridade do trato à abertura para toda modernidade sadia; a rígida reserva do monge à audácia do empreendedor; o espírito contemplativo e orante do cenobita ao ímpeto do propagandista; a tenacidade do minerador à ousadia do arquiteto. No plano da ação, as longas e silenciosas reflexões explodiam em decisões imprevisíveis e inabaláveis; ousaria dizer: como Moisés ao descer do monte[4].
O que podemos aprender do Alberione silencioso, discreto e recolhido? O
que o líder entusiasta, convicto e espiritual tem a ensinar a seus filhos e
filhas do século XXI? O que podemos aprender com o Alberione místico e com sua extraordinária
capacidade de resiliência diante do sofrimento?
A presente pesquisa (em sua versão resumida) tem caráter puramente
pessoal e possui um único objetivo: conhecer melhor a personalidade e o
pensamento de nosso fundador, a fim de compreender e abraçar a missão paulina
com mais audácia e sentido de pertença.
1. Alberione, um líder espiritual
Não há verdadeira liderança sem disciplina interior. Esta é uma regra indispensável a todos aqueles que, a exemplo de Jesus Mestre, buscam uma liderança pautada no amor, no serviço e na vivência do evangelho. Sob esta ótica, podemos dizer que, desde as origens de nossa fundação, o padre Alberione exerceu forte poder de liderança e persuasão sobre seus primeiros jovens seguidores. É o que afirma Domenico B. Spoletini (1921-2012).
1. Alberione, um líder espiritual
Não há verdadeira liderança sem disciplina interior. Esta é uma regra indispensável a todos aqueles que, a exemplo de Jesus Mestre, buscam uma liderança pautada no amor, no serviço e na vivência do evangelho. Sob esta ótica, podemos dizer que, desde as origens de nossa fundação, o padre Alberione exerceu forte poder de liderança e persuasão sobre seus primeiros jovens seguidores. É o que afirma Domenico B. Spoletini (1921-2012).
Segundo este estudioso de Alberione, ele era um homem de grande visão e
de pouquíssimas palavras, profundamente convencido das decisões tomadas, quando
devia atuar. Além disso, tinha grande capacidade criativa. Quando se propunha a
uma meta, num passe de mágica floresciam as obras. Do líder, Alberione tinha
todas as qualidades... Sua primeira preocupação era inculcar nos jovens valores
profundos e convicções bem arraigadas. Desse modo, podia contar com gente de
personalidade forte e decidida[5].
Não faltam testemunhos de que no tempo de Alberione, os jovens se
sentiam verdadeiros protagonistas da missão e, para isso, contavam com a proximidade
e apoio espiritual do primeiro mestre. Certamente era uma presença discreta,
humilde, porém vivaz e motivadora. Alberione os compreendia e não os deixava
desanimar, mesmo diante de dificuldades que, aos olhos humanos, pareciam
insuportáveis. Liderar, no sentido alberioniano, significa caminhar junto, mas
também sofrer junto, saber partilhar o peso da cruz.
Alberione atuava com coerência e audácia, porque possuía todas as características do líder: profundo conhecimento dos homens e das situações, perfeito equilíbrio entre pensamento e vida, coragem para afrontar os riscos e critério para valorizar as pessoas. Mas, antes de tudo, tinha aquele toque carismático próprio dos chefes natos, que contagia a quantos dele se aproximam; uma forte pedagogia, enfim, que sabia influenciar os primeiros seguidores nos futuros projetos de Deus, dando-lhes a máxima confiança. Deste modo, a juventude respondia com generosidade e criatividade.[6]
A liderança de Alberione – pode-se dizer sem titubear – fundamentava-se numa
vida espiritual altamente elevada. Sua
meta principal era formar o jovem em sua integralidade, “gestar” comunicadores autônomos
e decididos, amantes da oração e da disciplina interior. Como bom conhecedor da
personalidade humana, ele bem sabia que, sem um pouco de atrevimento, coragem e
espírito de liderança, não é possível fazer comunicação. Segundo ele, “um jovem
formado será um futuro líder que arrastará os fracos, os indecisos; dominará
sobre as diferentes opiniões e ambientes e será capaz de alcançar, com
perseverança, seu próprio ideal de vida[7]”.
Uma das características de um líder eficaz é a capacidade de organização
(interna e externa). Para Alberione, o apóstolo paulino deve ser um homem organizado,
mas, sobretudo, um líder que saiba colocar em prática suas ideias e projetos.
Caso contrário, todo planejamento se torna inútil. Assim dizia ele: “Devemos
passar à ação, pois o que fica em nível de projeto não serve para nada”[8].
O “senhor teólogo” – como era honrosamente chamado – foi um homem
profundamente reflexivo, mas, ao mesmo tempo, muito decidido em seus projetos. Alberione
não se permitia perder tempo com futilidades. Embora, por vezes, parecesse
impulsivo ou intuitivo, ele nunca tomava suas decisões sem antes rezar e
refletir. A arte da liderança exige uma mente sempre desperta. Era esse tipo de
liderança, fundamentada na reflexão (e mais ainda na oração), que ele tentava
incutir no coração de seus seguidores. E funcionava!
Alberione viajou muitíssimo para visitar as comunidades paulinas espalhadas
pelo mundo e, certamente, observava o estilo de liderança de seus seguidores. Neste
sentido, referindo-se à arte da liderança e a unidade na vida religiosa, escreveu
o fundador:
Costuma haver nas comunidades indivíduos que dirigem a barca, se impõem, e outros que os seguem, aplaudem, sem controlar nem controlar-se. Deste modo, bastará um para rebaixar o nível moral. Os superiores devem ensinar a refletir, a guiar-se segundo os princípios; procurem formar pessoas dóceis, mas sem deixa-las no infantilismo. Saber criar um ambiente acolhedor, alegre e sereno é uma qualidade preciosa[9]. “Se alguém não sabe dirigir bem a própria casa, como poderá dirigir bem a Igreja de Deus?” (1Tm 3,5).
Num estilo de liderança onde não há unidade, diálogo e mútua compreensão,
aí prevalecem a tirania e a indiferença. A falta de liderança, quer no interno
da comunidade, quer no setor apostólico, influencia profundamente o nosso jeito
de comunicar o evangelho. A eficácia apostólica depende, em grande parte, de
nosso estilo paulino de exercer a liderança, especialmente a liderança interior.
Aliás, a liderança paulina flui na medida de nossa interioridade.
O padre Alberione exerceu, por assim dizer, a liderança da fraqueza e da
humildade e não do poder e do domínio[10].
O líder “no estilo alberioniano” não deve encantar-se com o poder ou almejar o
espetacular, antes deve aprender a arte da humildade e do serviço ao próximo.
Assim ensinava o apóstolo Paulo: “Não façam nada por competição ou pelo desejo
de receber elogios, mas com humildade, cada um considerando os outros
superiores a si mesmo. Que ninguém busque apenas seu próprio interesse, mas
também o interesse dos outros (Fl 2,3-4)”.
O líder paulino deve buscar o contínuo aperfeiçoamento, tanto na arte de
comunicar-se com os outros quanto na comunicação consigo mesmo e com Deus, a
fim de evitar o que aconteceu com os “superapóstolos” que buscavam ser o centro
de tudo. Acerca da mania de grandeza, Jesus deixou-nos um ensinamento memorável
quando disse à sua equipe: “Aquele que quiser tornar-se grande entre vós, seja
aquele que serve” (Mt 20,26).
2. Alberione, um comunicador silencioso
Segundo Royo Marin, O.P. (1913-2005) – influente teólogo muito apreciado
por padre Alberione – “entre os meios assinalados pelos grandes mestres da vida
espiritual para alcançar a perfeição da vida religiosa, ocupa lugar de destaque
o amor à solidão e ao silêncio”[11].
Padre Alberione parece ter compreendido, com elevada lucidez, a essência destas
palavras, de tal modo que toda sua espiritualidade e trajetória apostólica estão
profundamente imbuídas de silêncio e recolhimento.
Quando partiu para a casa do Pai, os jornais deram muita ênfase à
silenciosa passagem de Alberione pela existência. Uma das manchetes dizia: “Padre
Alberione desapareceu em silêncio, como havia vivido”. Para o padre Alberione,
o silêncio e a solidão não possuem outra finalidade senão a de fazer-nos
conhecer melhor a nós mesmos e conhecer a Deus, para depois comunicá-lo com
mais convicção e inteireza. Acerca deste fecundo silêncio, assim relatou
Spoletini:
Padre Tiago Alberione foi um homem que viveu sempre em silêncio, quase oculto. Defendeu, sob uma obstinada cortina de discrição, sua solidão e sua vida privada. Porém, nunca foi um isolado. A solidão lhe permitia uma melhor sintonia com os homens, os acontecimentos e, assim, elaborar essas respostas prodigiosas que caracterizaram sua missão. A solidão lhe permitiu estar atento às inspirações do alto e descobrir a voz do Espírito nos pequenos sinais. Ao desaparecer da cena deste mundo, padre Alberione saía também do silêncio no qual havia mantido tenazmente sua vida[12].
Em 1960, por ocasião do mês de exercícios espirituais – que ele próprio
pregou em Ariccia (Itália) para os paulinos do mundo inteiro – disse sabiamente
Alberione: “Em meio ao silêncio piedoso, a alma mergulha em si mesma para
conhecer-se melhor e elevar-se mais a Deus[13]”.
Aqui vemos que o silêncio e a solidão são pontes para o autoconhecimento e,
consequentemente, propiciam maior conhecimento de Deus. Fora essas duas
finalidades, o recolhimento e o silêncio se tornam inúteis e infrutíferos.
“O silêncio é o que nos converte em donos de nós mesmos[14]”, afirmou certa vez Alberione. Para ele, o silêncio do comunicador não
pode ser qualquer silêncio. Deve ser, acima de tudo, um silêncio orante e sempre
desperto. Sobretudo nos dias atuais – onde tudo se diz e se posta sem reservas
– cultivar um pouco de silêncio e discrição é fundamental para encontrar o sadio
equilíbrio na arte de comunicar. Em 1931, disse Alberione às Filhas de São
Paulo:
Quanto mais recolhidas, mais eficazes. O verdadeiro silêncio não é ocioso. O silêncio é uma virtude quando é acompanhado pelo amor e a atividade. O amor, que é a mais íntima união com Deus; o verdadeiro silêncio é amoroso; é vigilante nos olhos, na audição, na linguagem… Quando se fala muito, o difícil é não cair em alguma falta, pois assim diz o provérbio: “Nas muitas palavras, não falta ofensa; quem retém os lábios é prudente[15]” (Pr 10,19).
Alberione não escreveu nenhum tratado sobre o silêncio, mas costumava
retratá-lo em três perspectivas: o silêncio de Nazaré, que retrata a vida
orante e silenciosa da família de Jesus; o silêncio eucarístico, aquele eterno
e misterioso silêncio de Cristo na Eucaristia; e o silêncio meditativo, que é
aquele silêncio como recolhimento e que prepara a alma para o encontro com o
Mestre.
Sobre o silêncio de Nazaré, assim disse Alberione:
“Quem vive nesta pequena casa de madeira ou
mármore tão silenciosa? Nosso Divino Mestre; nosso Redentor; o mais sábio, o
que comunica a ciência a todos os homens, o que governa tudo. Quem se aproximou
da casinha de Nazaré não escutou discursos ruidosos. Oh, as conversações
sagradas de Jesus, Maria e José! Oh, divino silêncio daquela casa!”[16]
Na vida e espiritualidade do padre Alberione a Eucaristia ocupa um lugar
central. Ela é a razão de ser do carisma paulino. Afinal, foi a partir de uma
experiência silenciosa diante do Tabernáculo que o fundador teve maior clareza
do projeto de Deus em sua vida. Assim ele classifica o silêncio eucarístico: “É
aquele divino silêncio ao redor do Tabernáculo! Mais além das conversações com
o Pai, com os anjos… o Mestre se comunica com as almas, e tudo funciona
silenciosamente. As almas silenciosas, disse Jesus, ouvem minhas palavras, e eu
lhes falo ao coração[17]”.
O terceiro tipo de silêncio – talvez o mais urgente em nossos dias
marcados pela agitação e a pressa – é o que Alberione chama de silêncio
meditativo ou silêncio interior:
O silêncio de meditação é o recolhimento interior habitual, que a alma medita sobre as coisas divinas que sente; é o escutar a voz de Jesus… Às vezes, nos perdemos em tantas palavras… E logo vamos rezar muito distraídos. O silêncio interior seria preparar a alma para meditar. Jesus amou tanto o silêncio que durante os três anos de ministério público, de vez em quando, se utiliza do deserto para descansar um pouco[18].
Para se compreender mais profundamente o sentido do silêncio em
Alberione é imprescindível que nos voltemos ao silêncio de São José, um
silêncio “ativo-contemplativo”, altamente elogiado pelo primeiro mestre. Na
Coroazinha a São José se reza: “Ó São José, modelo de toda virtude, obtende-nos
o vosso espírito de vida interior… No silêncio amoroso e ativo…”. Em outra ocasião,
assim descreveu Alberione o silêncio de São José:
Foi um santo do silêncio, do trabalho e da docilidade[19]. São José foi um homem de silêncio e recolhimento. Preferia fazer, não falar. Mais que falar com os homens, gostava de falar com Deus. No silêncio de sua juventude, no silêncio de sua virilidade quando já era esposo de Maria Santíssima, cumpriu sua missão, fazendo mais que falando. Passou a vida toda na casinha de Nazaré, onde não se ouvia estrépito de palavra; onde se amava o Senhor, no silêncio, na laboriosidade. Amava conservar o recolhimento, a união com Deus, em quem encontrava sua paz. Passou desta vida à outra silenciosamente. O recolhimento nos leva a considerar nosso interior, a trabalhar na alma. Existem pessoas que não sabem o que fazem espiritualmente; para elas, a religião se reduz a um conjunto de orações e práticas exteriores[20].
Às Pias Discípulas do Divino Mestre disse Alberione: “Avançai no
espírito de união com Jesus, mas, para avançar, sede muito silenciosas,
recolhidas, porque Jesus fala quando nos encontra em silêncio. Fazei muito
silêncio: As Pias Discípulas estão chamadas a viver num maior silêncio e
escondimento, para serem mais criativas na Igreja[21]”.
Não obstante as peculiaridades de cada fundação, estas sábias palavras se aplicam
perfeitamente a toda a Família Paulina.
Aquilo que Bento XVI falou acerca da relação entre silêncio e palavra está
em profunda consonância com o pensamento e o estilo alberioniano de comunicar o
evangelho:
O silêncio é parte integrante da comunicação e, sem ele, não há palavras densas de conteúdo. No silêncio, escutamo-nos e conhecemo-nos melhor a nós mesmos, nasce e aprofunda-se o pensamento, compreendemos com maior clareza o que queremos dizer ou aquilo que ouvimos do outro, discernimos como exprimir-nos. Calando, permite-se à outra pessoa que fale e se exprima a si mesma, e permite-nos a nós não ficarmos presos, por falta da adequada confrontação, às nossas palavras e ideias. Deste modo abre-se um espaço de escuta recíproca e torna-se possível uma relação humana mais plena[22].
Quando a escuta antecede a linguagem, a comunicação se faz fecunda.
Jesus falou muito, mas também soube calar na hora certa (Cf. Mc 14,60-61). A
comunicação de Jesus era a medida de seu silêncio e de sua intimidade com o Pai.
Somente aquele que escuta a Deus está apto a compreender os mistérios escondidos
no olhar e no silêncio do outro. Comunicar é fazer-se próximo, ensina-nos o
papa Francisco. O silêncio praticado na hora certa evita muitos males e
suplanta os enganos e conflitos da palavra incerta. O silêncio chega aos
lugares mais secretos da alma, onde a palavra é ainda insuficiente. Cada
cristão deve, continuamente, fazer as pazes com o silêncio e a solidão, com o
seu ser mais profundo. O perfeito equilíbrio entre silêncio e palavra é o que
dá sabor e sentido à existência.
Para Jesus, a montanha era o lugar do encontro consigo mesmo e com o
Pai. Era o lugar do silêncio mais profundo e intocável. No silêncio da montanha
se lhe revelava o dom de comunicar e de escutar com o coração. Alberione
aprendeu muito com o silêncio do Mestre. “Quando orares, entra no teu quarto e,
fechando a porta, ora ao teu Pai ocultamente” (Mt 6,6). Diz-se que, quando
tinha de tomar uma decisão importante, Alberione recolhia-se ainda mais em seu “mundo
silencioso”, ao qual ninguém tinha acesso. Ele sabia, no entanto, que o
silêncio era a garantia de que seus projetos estavam sob o olhar misericordioso
de Deus (um silêncio muitas vezes incompreendido). Felizmente, ele não perdia
seu sono com as incompreensões. A vontade de Deus era o único desejo de sua
vida silenciosa. Era como se Alberione dissesse em seu íntimo: “Muitos não
entendem, mas é no coração do silêncio que se escondem e revelam os segredos de
Deus”.
O fundador da Família Paulina tinha a fina capacidade de comunicar-se
com todos e, no entanto, sabia a hora certa de desaparecer. A discrição lhe
parecia um talento inato, não lhe exigia esforço algum. Com o exemplo de
Alberione aprendemos que aquele que não está apto ao silêncio dificilmente o
estará para discernir o querer de Deus no aqui e agora da existência. Temperar
a vida com um pouco de solidão e proteger-se dos excessos, eis o grande segredo
do Alberione comunicador.
3. Alberione, um místico da cotidianidade
Quando escutamos a palavra mística pela primeira vez, geralmente a associamos a fenômenos extraordinários ou mesmo a uma vida espiritual altamente elevada, à qual apenas uns poucos têm acesso. Ledo engano! Hoje vemos que é justamente o contrário. A vida mística está ao alcance de todos e, como afirmou Karl Rahner, um dos mais influentes teólogos do século XX, “o cristão do futuro, ou será místico ou não será cristão[23]”.
3. Alberione, um místico da cotidianidade
Quando escutamos a palavra mística pela primeira vez, geralmente a associamos a fenômenos extraordinários ou mesmo a uma vida espiritual altamente elevada, à qual apenas uns poucos têm acesso. Ledo engano! Hoje vemos que é justamente o contrário. A vida mística está ao alcance de todos e, como afirmou Karl Rahner, um dos mais influentes teólogos do século XX, “o cristão do futuro, ou será místico ou não será cristão[23]”.
Segundo o estudioso da mística especulativa, Marco Vannini[24],
uma das acusações que se faz – ou que se fazia – mais frequentemente à mística
é a de pôr o homem em uma dimensão totalmente interior, separada do mundo, da
história, do convívio humano, da política, ou, dito em poucas palavras, em uma
dimensão abstrata, de fuga da vida real (fuga
mundis). Vannini esclarece que é justamente o contrário, pois riqueza e
profundidade interior desembocam sempre, naturalmente, na ação. Segundo ele, a
história está cheia de figuras de místicos que foram homens e mulheres de
contemplação e, ao mesmo tempo, fortemente ativos em seu tempo. Thomas Merton,
por sua vez, indaga: “Por que pensamos na contemplação infusa, na oração
mística, como algo essencialmente estranho e esotérico, reservado a uma pequena
classe de seres inaturais e proibido a todos os demais? Qualquer um que
pergunte: quem pode desejar essa dádiva e rogar por ela? – a resposta é óbvia:
todos.[25]”
É neste contexto de incompreensão da mística que Rahner propõe “o
misticismo da vida diária[26]”.
Segundo ele, a espiritualidade e a vida cristã normal hoje se interligam, se
compenetram, se promovem reciprocamente. Ele defende que todos os que vivem de
maneira moderada, desinteressada, honesta, valente e em silencioso serviço aos
demais (inclusive sendo agnósticos ou ateus) vivem o misticismo da vida diária.
Rahner explica que Deus é tudo em todas as coisas e que, portanto, a mística de
cada dia é justamente isso: buscar encontrar a Deus em todas as coisas. “Então
devo buscar-te em todas as coisas, porque cada dia é rotina de todos os dias, e
cada dia é teu dia e hora de tua graça[27]”,
rezava o teólogo.
Tomando como base “a mística do instante[28]”,
de José Tolentino Mendonça, podemos dizer que o padre Alberione foi um místico
da cotidianidade, um contemplativo sempre desperto para as urgências do agora.
Ele sempre deixou claro que o apostolado paulino deve contemplar as urgências
do tempo presente, do homem de hoje. Sobre a mística do instante dizia Teresa
de Lisieux: “Minha vida não é mais do que um instante, uma hora fugaz. Minha
vida não é mais do que um único dia que se escapa. Sabes bem, ó Deus, que para
amar-te sobre a terra, não tenho nada além do hoje[29]”.
Alberione foi um homem de rara simplicidade, um santo homem que sabia
contemplar a Deus em tudo que fazia. Para ele, contemplação e ação não se contrapõem,
mas, ao contrário, se completam. Viver misticamente é educar nosso ser para
falar com Deus em todas as horas. Ainda que sejam necessárias algumas pausas para
afastar-se do barulho e do caos cotidiano[30],
a vida mística não é questão de dualismos e divisões entre silêncio e barulho,
entre estar dentro ou fora do mundo. Somente quando se aprende a integrar o
cotidiano e seus contrários é que haverá espaço para uma vida verdadeiramente
ascética. Era nesse contexto de integralidade cotidiana que o profeta da
comunicação buscava realizar sua vocação. Acerca da contemplação infusa afirmou
Alberione:
A alma se dispõe, deste modo, a receber a contemplação infusa, pois há que recordar o que escrevem os autores de teologia mística, que todos os fiéis – e com maior razão as almas consagradas – têm direito a pedir a Deus o dom místico da contemplação infusa (não de fenômenos extraordinários, que Deus concede segundo seus desígnios). São poucos os que os recebem, justamente porque não sabem que os podem pedir ou não se preparam para isso. O desenvolvimento normal da vida religiosa, ao contrário, deveria preparar-se para tal[31].
Sem uma vida profundamente mística e espiritual não pode haver
verdadeira comunicação. A mais elevada técnica não dispensa o auxílio de uma
vida espiritual séria e constante. Quem sabe organizar-se bem em sua vida
interior, dizia Alberione, consegue mais facilmente organizar suas atividades
externas[32].
Ele conhecia bem os desafios da comunicação e, por isso, insistia para que a
vida ativa do apóstolo paulino fosse reflexo de sua interioridade. Convencido das
exigências do apostolado paulino, assim dizia o profeta da comunicação:
O apóstolo é aquele que traz Deus em sua alma e o irradia ao redor de si. Apóstolo é um santo que acumulou tesouros, e comunica sua abundância aos homens. O apóstolo tem um coração que arde de amor por Deus e pelos homens; e não consegue conter o que sente e o que pensa. O apóstolo é um vaso de eleição que transborda, e as almas correm até ele para matar a sede. O apóstolo é um templo da Santíssima Trindade, que nele age de modo especial. Ele, como diz um escritor, transpira Deus por todos os poros: com as palavras, as ações, as orações, os gestos, as atitudes; em público e privadamente; com todo o seu ser. É necessário viver de Deus para comunicar Deus[33].
A vida mística
de Alberione não se restringe, de maneira alguma, a uma experiência de “êxtase”
isolada de sua vida diária, foi uma vida inteira unificada e integrada a Deus. Sua
busca interior nunca o obrigou a separar-se de sua atividade apostólica para
encontrar-se com Deus. Muito pelo contrário! O encontro se dava a todo instante
e sem ignorar a realidade de trabalhos e preocupações. Como um homem
profundamente realista, ele sabia que, no coração da realidade habita a verdade de Deus.
As pessoas que tiveram a graça de conviver mais de perto com o padre
Alberione testemunham sua integridade e fecundidade interior. Assim disse
Spoletini:
A nada deu tanta importância como à oração, em todas as formas: vida interior, devoção à Virgem Maria, domínio de si, devoção à Eucaristia, penitência e um amor sem limites à Palavra de Deus. Viveu em diálogo ininterrupto com Deus e uma constante purificação de si mesmo, para ser um instrumento cada vez mais apto em suas mãos... Padre Alberione foi, sem dúvida, uma destas figuras que soube unir perfeitamente vida contemplativa e vida ativa. Em sua larga existência o padre Alberione foi um grande solitário, um homem reservado, porém dedicado de corpo e alma à sua obra. Em uma coisa todos estão de acordo que, em sua presença, se sentia que era um homem de Deus[34].
A mística de
Alberione possui, portanto, duas características fundamentais. A primeira está
relacionada à cotidianidade, ao aqui e agora da vida, uma mística que conduz à
oração ininterrupta, a um orar incessantemente (cf. 1Ts 5,17), sem ignorar a dor,
o trabalho e o sacrifício de cada dia. A segunda característica diz respeito ao
que podemos chamar de “mística de olhos abertos ou mística em saída”, um
misticismo profundamente aberto à comunicação com o mundo e suas realidades.
Ao contrário da
mística que se volta unicamente ao seu mundo interior, a mística alberioniana
tem o seu olhar voltado para os sinais dos tempos e, como afirmou Henri Nouwen, “o misticismo é o contrário da fuga do mundo. A íntima união com Deus leva
ao compromisso mais criativo no mundo contemporâneo[35]”.
Segundo o
Diretório de Comunicação da Igreja no Brasil[36],
comunicar, rezar e viver integram-se formando um todo tanto no estilo e na
elaboração da mensagem, quanto na forma de comunicar. A mística do comunicador
está relacionada com seu processo criativo, sua busca por informações, seu modo
de interpretar os fatos, de inovar a linguagem e buscar outros estilos de
comunicar. O comunicador é um místico, e o místico é um comunicador.
4. Alberione, um sofredor resiliente
4. Alberione, um sofredor resiliente
A realidade do sofrimento é parte integrante da condição humana. A
própria experiência comprova que toda criatura sofre, de diversas maneiras e
circunstâncias, ao longo de sua existência terrena. Contudo, a dor e o
sofrimento não possuem a última palavra, não para aquele que descobriu o dom de
transcender as próprias mazelas e transformar o sofrimento em verdadeira fonte
de resiliência e de sentido.
Antes de falar de resiliência na vida de Alberione faz-se necessário
compreender um pouco de sua trajetória espiritual, fortemente marcada pelo
sofrimento. Assim o descreveu o Bispo de Alba, Dom Luigi Bongianino: “Um homem
debilitado, magro e enfermiço, que, ao vê-lo, com as mãos constantemente unidas
ao peito e com a cabeça ligeiramente inclinada, parecia mais um diretor de
almas do que um fundador[37]”.
Não obstante suas fraquezas e debilidades, Alberione nunca se rendeu às
desventuras do sofrimento. Para ele, saber sofrer é a arte mais importante da
vida. E nessa arte ele foi, com certeza, um aprendiz extraordinário! Sua
prodigiosa capacidade de “divinizar” o sofrimento e encontrar sentido mesmo
diante das maiores provações fez dele um comunicador admirável, diga-se de
passagem, um dos homens da Igreja mais dotados de carisma do século XX[38].
Para compreendermos, de maneira mais profunda, quem foi Tiago Alberione,
temos de começar não pelos seus inúmeros feitos, mas pelas pegadas de seu
sofrimento. É por meio de suas dores, lutas e sacrifícios cotidianos que
Alberione revela sua fortaleza interior e suas maiores virtudes. Apesar de
considerar-se “frágil, ignorante, incapaz e insuficiência em tudo[39]”,
Alberione nunca fugiu de seus sofrimentos. Ele mesmo dizia: “Nenhuma pessoa
sofrerá mais que aquela que não quer sofrer”.
O sofrimento era a fonte sobre a qual ele podia se debruçar e
compreender mais profundamente a vontade de Deus em sua vida. Antes de ser
profeta na arte de comunicar, Alberione teve de aprender a ser profeta na arte
de sofrer. Soube aceitar e transcender as suas dores, contemplando o exemplo do
próprio Mestre. O Crucificado, dizia ele, tão detestado, torna-se o nosso
modelo, de modo que as dores do Salvador e as do sacerdote fiel têm uma
relação: unidos na mesma missão, também ficarão unidos nas provas e nos
sofrimentos. “Como sois companheiros nas aflições, assim o sereis na
consolação” (2Cor 1,7).
Os mais próximos diziam que padre Alberione exerceu, sem hesitar, o
apostolado do sofrimento, sem jamais se lamentar ou murmurar. Ao contrário,
soube transformar o amargo fel do sofrimento em fecundidade interior e profunda
gratidão a Deus. Segundo Spoletini, a vida do padre Alberione foi sempre
marcada pelo sofrimento e que este aspecto de sua vida ainda não foi estudado
suficientemente.
Aos 18 anos, Alberione escrevia em seu diário espiritual: “Quem não é
tão forte para suportar com paz e amor uma cruz, quem não tem a força para
vencer uma dificuldade, quem não persevera, e caído, rechaçado, não volta ao
ataque, não pode apoderar-se do céu, porque este está no alto e, portanto, tem de
subir os montes da penitência, das cruzes, do calvário para chegar a ele”.
Durante toda sua vida, Alberione foi acometido por inúmeras dores
físicas e espirituais. Contudo ele dizia: “Saber sofrer é verdadeira arte,
aliás, a arte mais importante da vida. É preciso aprendê-la e praticá-la. Com
efeito, essa arte se aperfeiçoa praticando-a, do mesmo modo que as outras
artes, como a música, a pintura etc. Temos de partir do mais fácil ao mais
difícil; do pequeno ao grande. Nisso consiste a utilidade dos pequenos
sofrimentos[40]”.
Graças à sua capacidade de resiliência, ele não permitiu que os
sofrimentos lhe roubassem a paz interior. Somente alguém que se deixa afeiçoar pela
cruz de Cristo e que faz as pazes com o próprio sofrimento aprende a sorrir e a
comunicar com os olhos. Alberione era assim! Nunca perdia a oportunidade de
instruir seus ouvintes acerca do verdadeiro sentido do sofrimento. Ele
costumava dizer que, diante das chuvas e tempestades, é preciso “passar entre
uma gota e outra sem se molhar[41]”.
Esta sua ideia, carregada de simbologia, está profundamente em consonância com
a compreensão conceitual da resiliência.
Utilizado há bastante tempo pela física e engenharia, o termo resiliência
era aplicado inicialmente para classificar a elasticidade e o poder de
resistência dos materiais diante de pressões. Quando um material resiste a um
impacto, deformando-se pouco ou nada, pode ser considerado rígido ou resiliente[42].
No âmbito das ciências humanas, o conceito vem sendo ampliado e cada vez
mais difundido. Segundo Edith Grotberg[43],
a resiliência é a capacidade humana para enfrentar, vencer e ser fortalecido ou
transformado por experiências de adversidade. Boris Cyrulnik[44]
define a resiliência como a arte de navegar nas torrentes. Segundo ele, um
golpe da sorte é uma ferida que se inscreve em nossa história, mas não um
destino.
Especialistas como Rivas Lacayo, Stefan Vanistendael, Jacques Lecomte e
a psicóloga brasileira Susana Rocca, entre outros, apresentam a espiritualidade
como um dos fatores que mais contribuem para o desenvolvimento humano do
processo de resiliência. Para Lacayo[45],
diante dos sofrimentos e adversidades da vida, é preciso dar uma resposta espiritual
e não apenas psicoemocional. Segundo ela, nenhuma crise ou perda é maior que a
fortaleza que reside em nosso espírito.
Na visão de Vanistendael e Lecomte[46],
é por meio da fé não sectária em Deus que uma pessoa resiliente descobre a
possibilidade de ser aceita incondicionalmente. As pessoas resilientes
testemunham ter sentido uma aceitação incondicional, dentro de uma lógica que
transcende a realidade puramente humana: dizem que é um assunto de Deus, que só
ele pode amar de tal maneira.
Segundo Viktor Frankl[47],
muitas vezes, é justamente uma situação exterior extremamente difícil que dá à
pessoa a oportunidade de crescer interiormente para além de si mesma. Foi exatamente
o que aconteceu com Alberione. Sua história tinha tudo para dar errado, mas,
graças à sua persistência e solidez espiritual, conseguiu dar um novo sentido
para suas dores e adversidades.
Para além da resistência à dor ou a determinado trauma, a resiliência
integra uma dimensão fundamental que é a capacidade de reconstrução da vida,
quiçá de maneira mais autêntica e significativa que antes. Reinventar-se em
meio à dor e à escuridão: eis o segredo das pessoas fortes e resilientes.
Foi graças a essa força resiliente que Viktor Frankl venceu os horrores
dos campos de concentração e fundou a Logoterapia (psicologia do sentido da
vida); foi o que motivou Tim Guènard, renomado escritor francês, a perdoar seu
pai, mesmo depois de lhe romper cinquenta e cinco ossos quando criança e deixá-lo
três anos internado em um hospital. Foi essa força resiliente que fez a menina
Anne Frankl dar sentido ao cativeiro nazista e escrever um dos relatos mais
impressionantes das atrocidades e horrores cometidos contra os judeus durante a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Foi graças a essa força resiliente, aliada a
uma profunda vida espiritual, que o padre Alberione pôde ressignificar suas
dores e dar sentido a seus inúmeros sofrimentos, a ponto de afirmar com convicção
e nobreza de alma que “o amor do sofrimento é o que nos faz verdadeiramente
felizes[48]”.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[6] SGARBOSSA,
E., VAGNONI, A. Don Alberione, El rostro de un líder. Venezuela: San Pablo,
2006, p. 12.
[9] ALBERIONE, Santiago. Ut perfectus sit homo Dei. Roma: Società San
Paolo, 1998 n.291, p.131.
[10] NOUWEN, Henri. O perfil do líder cristão do século XXI. Trad. Wilson
Rosa Filho. São Paulo: Ed. Atos, 2002. P.64.
[11] MARIM, Antonio Royo. La vida religiosa. Madrid: Biblioteca de autores
cristianos, 1965, p. 424.
[13]
ALBERIONE, Santiago. Mes de Ejercicios Espirituales, abril de 1960
(http://operaomnia.alberione.org/).
[14]
ALBERIONE, Santiago. A las Hijas de San Pablo, 1931
(http://operaomnia.alberione.org/).
[15] ALBERIONE,
Santiago. A las Hijas de San Pablo, 1931 (http://operaomnia.alberione.org/).
[18] ALBERIONE, Santiago. A las Hijas de San Pablo,
1931 (http://operaomnia.alberione.org/).
[20]
ALBERIONE, Santiago. Para una renovación espiritual, 1952
(http://operaomnia.alberione.org/).
[24] VANNINI, Marco. Introdução à mística. São Paulo, Edições Loyola, 2005,
p.19.
[27] RAHNER,
Karl. El Dios que desciende. Editorial SAL TERRAE, España, 2008, p. 85.
[31] ALBERIONE, Santiago. Ut perfectus sit homo Dei, Roma: San Paolo, 1998,
n.192. p.105.
[34]
SPOLETINI, Domenico. Alberione comunicador del evangelio. Roma: Casa
generalizia Soc.San Paolo, 2003, p.45.
[35]
NOUWEN, Henri. Diario desde el monasterio. Buenos Aires: Lumen, 2ª edición,
1999, p.177.
[39] Assim se reza na oração “Segredo de êxito”, composta por padre
Alberione, provavelmente em 6 de janeiro de 1919.
[40]SPOLETINI, Domenico. Caminhar para onde? São Paulo: Paulus, 2000, p.57.
[41] SPOLETINI, Domenico. Alberione
comunicador del evangelio. Roma: Casa generalizia Soc.San Paolo, 2003.
[42] AMARAL, O. C. Curso básico de resistência dos materiais. Belo
Horizonte: Artes Gráficas Formato, 2002.
[43] GROTBERG, E. H. In: A. MELILLO & E. N. S. OJEDA
(Orgs). Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Porto
Alegre. Editora Artmed. 2005.
[44] POLETTI, Rosette; DOBBS, Barbara. A resiliência – a arte de dar a volta
por cima. Petrópolis:
Vozes, 2007.
[45]
LACAYO, Rosa Argentina Rivas. Saber crecer: resiliencia e espiritualidad.
España: Urano, 2007.
[46]
VANISTENDAEL, Stefan; LECOMTE, Jacques. La felicidade es posible. Barcelona: Gedisa Editorial, 2006.
[48] Meditazioni di G. Alberione alle FSP, Grottaferrata, 1947, p. 235.
Parabéns, pe. Galvão, gostei muito da sua reflexão sobre pe. Alberione, grande homem, místico, apostolo santo! Aguardo outros.... Abraço
ResponderExcluir