02/06/2014

Alberione e o Amor-Comunicação

A missão paulina no mundo nasceu de uma profunda experiência de amor. Quem ama, naturalmente, não consegue guardar para si o amor que sente, pois é próprio do amor querer expandir-se e revelar-se.
“Se alguém acolheu este amor que lhe devolve o sentido da vida, como é que pode conter o desejo de o comunicar aos outros? (Evangelii Gaudium, 8)”.
Foi mais ou menos assim com o jovem Tiago Alberione. Era 31 de dezembro de 1900 e Tiago tinha apenas 16 anos quando, diante do Santíssimo Sacramento, na Catedral de Alba, Itália, teve uma experiência pessoal com Jesus Divino Mestre. E, depois daquela noite especial, as coisas tornaram-se mais claras para ele: “sentiu-se profundamente obrigado a preparar-se para fazer alguma coisa pelo Senhor e pelas pessoas do novo século”.

“Revestido do amor, que é o vínculo da perfeição” (cf. Cl 3,14), Alberione não consegue ficar quieto ou indiferente perante os inúmeros problemas sociais, econômicos e políticos da época. Mais tarde, surge em seu coração um forte desejo de propagar o amor e a Boa Notícia de Jesus com os meios de comunicação, para tanto precisaria dedicar-se ardorosamente à vida acadêmica. Não obstante sua pouca experiência, Alberione já entendia que os mesmos meios que difundiam o mal (imprensa, rádio, cinema...) poderiam ser utilizados para propagar o bem. Eis sua grande meta e inquietação. Com 23 anos de idade o jovem Tiago é ordenado padre. No ano seguinte, em Gênova, torna-se doutor em Teologia.

Mais tarde, 1913, a pedido do bispo local de Alba, Pe. Alberione assume a direção do jornal diocesano Gazzetta D’Alba, função esta que vem reforçar e viabilizar o seu desejo de evangelizar com os meios mais modernos, a fim de alcançar não somente aqueles que frequentam as igrejas, mas também, e de modo especial, as pessoas que estão afastadas da fé cristã. E assim, nele se cumpre o desejo de Deus.

Imbuído pelo forte testemunho e espírito do Apóstolo Paulo, Alberione inicia, em 1914, “seu” grande projeto de evangelização dando início, portanto, à sua primeira fundação religiosa, a Pia Sociedade de São Paulo.
“Toda a experiência autêntica de verdade e de beleza procura, por si mesma, a sua expansão; e qualquer pessoa que viva uma libertação profunda adquire maior sensibilidade face às necessidades dos outros. E, uma vez comunicado, o bem radica-se e desenvolve-se. Por isso, quem deseja viver com dignidade e em plenitude, não tem outro caminho senão reconhecer o outro e buscar o seu bem (Evangelii Gaudium, 9)”.
Padre Alberione foi um homem incansável na luta pela vivência e difusão do Evangelho de Cristo. Tinha enorme sede de levar Deus às almas e as almas a Deus, e fazia-o segundo os ensinamentos de São Paulo, “já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (cf. Gl 2, 20). Embora de saúde sempre muito frágil, não se deteve pela dor e o sofrimento, mas soube transformar tudo em profunda experiência de amor e doação ao Reino de Deus.

Pode-se dizer, portanto, que todas as fundações e obras realizadas por Pe. Alberione só foram possíveis porque “tudo o que fazia, em palavra ou em ação, fazia-o em nome do Senhor Jesus” (cf. Cl 3,17).

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