29/07/2015

74- A escuta é um ato de caridade

SÃO PAULO APÓSTOLO: 14Meus irmãos, também eu estou pessoalmente convencido de que vocês estão cheios de bondade e repletos de todo conhecimento, para se corrigirem uns aos outros (Rm 14,14).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: O tempo é bem ocupado quando você faz um ato de caridade; até mesmo só escutando sem poder dizer uma palavra de consolo, uma palavra que traga luz. Eis a caridade prática.



REFLEXÃO: Nisso consiste, portanto, procurar a Deus com perfeição: afastar-se da ilusão e do prazer, das ansiedades e dos desejos mundanos, dos trabalhos que Deus não quer, da glória que é apenas exibicionismo humano; manter meu espírito livre de confusão, de modo que minha liberdade esteja sempre à disposição de Sua vontade; manter meu coração silencioso para ouvir a voz de Deus; cultivar a liberdade intelectual para com as imagens das coisas criadas, de modo a receber o contato secreto de Deus no obscuro amor; amar todos os homens como a mim mesmo [1].



[1] MERTON, Thomas. Novas Sementes de Contemplação. Rio de Janeiro: Fissus, 2001. p.52

26/07/2015

32. Cristo amou a todos

SÃO PAULO APÓSTOLO: 7Escrevo a todos vocês que estão em Roma e que são amados por Deus e chamados à santidade. Que a graça e a paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês. 8Antes de tudo, dou graças ao meu Deus por meio de Jesus Cristo por causa de vocês, pois a fama da fé que vocês têm se espalhou pelo mundo inteiro (Rm 1,7-8).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Pela fé vemos como Jesus Cristo amou a todos, ainda mais os necessitados, os pecadores, os sofredores. Ele não fez distinção de caráter puramente humano; mas só de caráter humano-divino. Pela fé os homens são vistos como companheiros de viagem rumo à eternidade, disso decorrendo os deveres de mútua ajuda.

REFLEXÃO: A solidez da nossa fé, a nível pessoal e comunitário, mede-se também pela capacidade de a comunicarmos a outros, de a espalharmos, de a vivermos na caridade, de a testemunharmos a quantos nos encontram e partilham conosco o caminho da vida[1].




[1] Papa Francisco, Dia mundial das Missões, 20 de outubro de 2013

22/07/2015

73- Para amar o próximo

SÃO PAULO APÓSTOLO: 9Uma vez que o Espírito de Deus habita em vocês, vocês já não estão sob o domínio dos instintos egoístas, mas sob o Espírito, pois quem não tem o Espírito de Cristo não pertence a Ele (Rm 8, 9).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Ter muita caridade para com o próximo significa amar muito a nós mesmos.


REFLEXÃO: Em primeiro lugar, todo homem procura a paz consigo mesmo. É preciso, pois não achamos naturalmente descanso em nós mesmos. Antes de poder comunicar-nos com os outros e com Deus, temos de aprender a comunicar-nos conosco. Quem não está em paz consigo, necessariamente projeta sua luta interior nas pessoas com quem vive e contamina seu ambiente com conflito. Nem quando se esforça consegue fazer o bem, pois não sabe fazer o bem a si mesmo. Nos momentos de mais idealismo, pode decidir fazer outros felizes: assim, os oprimirá com sua própria infelicidade. Procura encontrar-se a si mesmo no trabalho de fazer os outros felizes. Por conseguinte, lança-se a esse trabalho. Mas só tira daí o que aí coloca: sua confusão, sua desintegração, sua própria infelicidade[1].



[1] MERTON, Thomas. Homem algum é uma ilha. Tradução: Timóteo Amoroso Anastácio. Campinas: VERUS, 2003, p.111-112

19/07/2015

31. Maturidade humana

SÃO PAULO APÓSTOLO: 1Quanto a mim, irmãos, não pude falar a vocês como a homens maduros na fé, mas apenas a uma gente fraca, como as crianças em Cristo. 2Dei leite para vocês beberem, não alimento sólido, pois vocês não o podiam suportar. Nem mesmo agora o podem, 3pois ainda se deixam levar por instintos egoístas. De fato, se entre vocês há invejas e brigas, não será pelo fato de serem guiados por instintos egoístas e por se comportarem como qualquer um? (1 Cor 3,1-3).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Pessoas que não amadurecem; chegam à idade adulta, mas são frutos permanentemente amargos. São incapazes de assumir responsabilidades; escravos das opiniões dos outros, sem princípios claros e orientadores, são como navios em alto mar, sem bússola e timoneiro, à mercê das ondas; aviões sem piloto; não encontraram os pontos cardeais da vida; nem aprendem com as experiências.

REFLEXÃO: ‘A maturidade do ser humano é uma daquelas grandes ideias que se alcançam apenas muito raramente. Não a maturidade, e sim o amadurecimento é-nos exigido’. Não é possível delinear uma imagem geral da maturidade. Cada fase da vida tem seu próprio nível de desenvolvimento[1]. Uma causa de imaturidade humana na vida religiosa é a frequente incapacidade de diálogo, principalmente onde falta uma cultura de discussão respeitosa. As pessoas não são capazes de discutir sem emoções, de modo objetivo. Dificilmente se dispõe de uma linguagem para expressar sentimentos, para conversar sobre si mesmo e suas experiências, sua fé, sua vida[2].  




[1] GRÜM, Anselm. SARTORIUS, Christiane. Amadurecimento espiritual e humano na vida religiosa. São Paulo: Paulinas, 2. ed.2008, p.13.
[2]GRÜM, Anselm. SARTORIUS, Christiane. Amadurecimento espiritual e humano na vida religiosa. São Paulo: Paulinas, 2. ed.2008, p.129   

18/07/2015

Curso sobre o Carisma da Família Paulina no Brasil 2015

Em clima de unidade e alegria fraterna, membros da Família Paulina do Brasil se reúnem para estudar e aprofundar temas relacionados ao Carisma Paulino, herança carismática do Bem-aventurado Tiago Alberione.

Iniciou-se, na noite da última quinta-feira, 16, na Cidade Regina, São Paulo, o Curso sobre o Carisma da Família Paulina, no Brasil. Serão dez dias de intenso estudo e aprofundamento, considerando os aspectos histórico, teológico e carismático.

Neste evento, considerado um momento histórico para a Família Paulina do Brasil, participam 26 pessoas, pertencentes aos Paulinos, às Filhas de São Paulo, às Pias Discípulas, Irmãs Pastorinhas e Apostolinas.

Na manhã de sexta-feira, 17, a missa de abertura foi presidida pelo Superior Geral dos Padres e Irmãos Paulinos, Padre Valdir de Castro, e concelebrada pelos padres Luiz Miguel Duarte, provincial, José Carlos de Freitas Júnior e Antônio F. da Silva.

A primeira conferência, com o tema Catolicismo e sociedade contemporânea (do Concílio Vaticano I ao pontificado de Pio XI), foi proferida pelo Padre Prof. Dr. Ney de Souza, professor da PUC - São Paulo. O Curso irá até a manhã do dia 26 de julho.

Francisco Galvão
Assessoria e comunicação Curso do Carisma 2015

15/07/2015

72 - O coração que ama

SÃO PAULO APÓSTOLO: 13Suportem-se uns aos outros e se perdoem mutuamente, sempre que tiverem queixa contra alguém. Cada um perdoe o outro, do mesmo modo que o Senhor perdoou vocês. 14E acima de tudo, vistam-se com o amor, que é o laço da perfeição (Cl 3,13-14).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: O coração do homem é feito para amar; o estado religioso e o estado sacerdotal não eliminam este lado afetivo da natureza, mas o ampliam, o elevam, o sobrenaturalizam.Quando se ama uma pessoa, ela é desculpada até nos erros*”.



REFLEXÃO: Todas estas pessoas, no cumprimento do discipulado evangélico, se empenham a viver o “mandamento novo” do Senhor, amando-se umas às outras como Ele nos amou (cf. Jo 13,34). O amor levou Cristo a fazer-Se dom até ao sacrifício supremo da Cruz. Também entre os seus discípulos não há unidade verdadeira sem este amor recíproco e incondicional, que exige disponibilidade para o serviço sem regatear energias, prontidão no acolhimento do outro tal como é, sem “o julgar” (cf. Mt 7,1-2), capacidade de perdoar inclusive “setenta vezes sete” (Mt 18,22)[1].






[1] Exortação apostólica sobre a vida consagrada e a sua missão na igreja e no mundo, João Paulo II, n.42

12/07/2015

30. Conhecer para amar

SÃO PAULO APÓSTOLO: 9Que o amor de vocês seja sem hipocrisia: detestem o mal e apeguem-se ao bem; 10no amor fraterno, sejam carinhosos uns com os outros, rivalizando na mútua estima. 11Quanto ao zelo, não sejam preguiçosos; sejam fervorosos de espírito, servindo ao Senhor. (Rm 12,9-11).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: O Conhecer os homens é meio para amá-los. Para amar é preciso conhecer.

REFLEXÃO: A melhor maneira de amar-nos é amando os outros, e, no entanto, não podemos amar os outros sem antes nos amarmos a nós mesmos, como está escrito: “amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Mas, se nos amarmos de maneira errada, ficamos incapazes de amar a quem quer que seja[1]




[1] MERTON, Thomas. Homem algum é uma ilha. Tradução: Timóteo Amoroso Anastácio. Campinas: VERUS, 2003, p.13

08/07/2015

71- A oração é que move as relações

SÃO PAULO APÓSTOLO: 17Coloquem o capacete da salvação e peguem a espada do Espírito, que é a Palavra de Deus. 18Rezem incessantemente no Espírito, com orações e súplicas de todo tipo, e façam vigílias, intercedendo, sem cansaço, por todos os cristãos. 19Rezem também por mim: que a Palavra seja colocada na minha boca, para anunciar ousadamente o mistério do Evangelho, 20do qual sou embaixador aprisionado. Que eu possa anunciá-lo com ousadia, como é meu dever (Ef 6,13-20).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: A oração deve sempre abranger a mente, o sentimento, a vontade e todas as atividades de dia. A oração é como o sangue que parte do coração, atravessa todos os membros, nutrindo e vivificando todo o organismo: deve influenciar o apostolado, os recreios, o estudo, e tudo o que fazemos, todas as nossas relações.



REFLEXÃO: A oração dirigida por Cristo ao Pai, antes da Paixão, para que os seus discípulos permanecessem na unidade (cf. Jo 17,21-23), perdura na oração e na ação da Igreja. Como poderiam deixar de se sentir implicados nela os chamados à vida consagrada? Por isso, é urgente abrir, na vida das pessoas consagradas, espaços maiores à oração ecumênica e a um testemunho autenticamente evangélico, para que se possam abater, com a força do Espírito Santo, os muros das divisões e dos preconceitos entre os cristãos[1].




[1] Exortação apostólica sobre a vida consagrada e a sua missão na igreja e no mundo, João Paulo II, n.100

05/07/2015

29. Sociabilidade como sinal de vocação

SÃO PAULO APÓSTOLO: 9Pratiquem tudo o que vocês aprenderam e receberam como herança, o que ouviram e observaram em mim. Então o Deus da paz estará com vocês (Fl 4,8-9).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: A sociabilidade é qualidade essencial para quem quer entrar numa sociedade, ainda mais se for uma sociedade religiosa. Constitui um sinal positivo de vocação, da mesma forma que a falta da sociabilidade constitui um impedimento fundamental e é um indício claro de falta de vocação.

REFLEXÃO: Cada um de nós tem a sua vocação. A nossa vocação não é uma loteria sobrenatural, mas a ação recíproca de duas liberdades e, portanto, de dois amores. É inútil tentar pôr o problema da vocação fora da amizade e do amor. O homem, para responder à sua vocação, não pode ser outra pessoa senão ele mesmo. A maioria das vocações tende a tende a definir a sua finalidade não só em relação a Deus, mas também em relação aos outros. A vocação de cada um de nós é fixada, ao mesmo tempo, pela necessidade que têm os outros de nós e nós dos outros e de Deus[1]


[1] MERTON, Thomas. Homem algum é uma ilha. Tradução: Timóteo Amoroso Anastácio. Campinas: VERUS, 2003, p.120, 122, 127

01/07/2015

70- Caridade de mente

SÃO PAULO APÓSTOLO: 22Vocês devem deixar de viver como viviam antes, como homem velho que se corrompe com paixões enganadoras. 23É preciso que vocês se renovem pela transformação espiritual da inteligência, 24e se revistam do homem novo, criado segundo Deus na justiça e na santidade que vem da verdade (Ef 4,22-24).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Tentemos pensar bem: não pode haver caridade de obras e de palavras, se falta a caridade de mente*.



REFLEXÃO: A caridade não é nem fraca nem cega. Ela é essencialmente prudente, justa, moderada, forte. Somente quando todas as outras virtudes são conexas entre si na caridade, o nosso amor é genuíno. Ninguém que sinceramente deseje amar o seu irmão, consentirá em amá-lo falsamente. Se vamos amar os outros, devemos decidi-los a amá-los bem. De outra forma, o nosso amor não passa de ilusão. O primeiro passo para o amor desinteressado consiste em reconhecer que o nosso ser enganado. Temos, antes, de purificar o nosso amor, renunciando o prazer de amar com um fim em si. Enquanto o nosso fim for prazer, seremos desonestos para conosco e para com aqueles que amamos[1].   






[1] MERTON, Thomas. Homem algum é uma ilha. Tradução: Timóteo Amoroso Anastácio. Campinas: VERUS, 2003, p.21