SÃO PAULO
APÓSTOLO: 26Fiz muitas viagens. Sofri perigos nos rios, perigos por
parte dos ladrões, perigos por parte dos meus irmãos de raça, perigos por parte
dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos por
parte dos falsos irmãos. 27Mais ainda: morto de cansaço, muitas
noites sem dormir, fome e sede, muitos jejuns, com frio e sem agasalho. 28E
isso para não contar o resto: a minha preocupação cotidiana, a atenção que
tenho por todas as igrejas. 29Quem fraqueja, sem que eu também me
sinta fraco? Quem cai, sem que eu me sinta com febre? 30Se é preciso
gabar-se, é de minha fraqueza que vou me gabar (2 Cor 11,26-30).
BEM-AVENTURADO
TIAGO ALBERIONE: O maligno sabe que lá onde não floresce harmonia, concórdia e
compreensão fraterna não podem existir amor de Deus, delicadeza de consciência,
espírito de mortificação, amor ilimitado ao próprio estado; e para tanto se desdobra
de todos os modos para exercer a sua obra desagregadora nas comunidades e para
torná-las terrenos de desunião, de incompreensões e de mal-entendidos de todo
tipo. Serve-se habilmente de todas as fraquezas humanas, que são inevitáveis,
mesmo entre almas heroicas.
REFLEXÃO:
Somente quando nos vemos no nosso verdadeiro contexto humano, como membros de
uma espécie destinada a ser um só organismo e “um só corpo”, é que começamos a
compreender a positiva importância não apenas dos sucessos, mas também dos
fracassos e acidentes da nossa vida. As minhas vitórias não me pertencem
exclusivamente. Seu caminho foi preparado por outros. O fruto dos meus
trabalhos não é só meu, pois estou preparando o caminho para as realizações dos
que hão de vir. Também não pertencem apenas a mim as minhas falhas. Podem vir
da falta alheia, mas também são compensadas pelo que outros realizam. Por
conseguinte, o sentido da minha vida não deve ser buscado apenas na soma das
minhas realizações. Só pode ser visto na integração completa das minhas
vitórias e falhas nas vitórias e falhas da minha geração, da minha sociedade e
do meu tempo[1].
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