07/06/2015

25. As fraquezas humanas

SÃO PAULO APÓSTOLO: 26Fiz muitas viagens. Sofri perigos nos rios, perigos por parte dos ladrões, perigos por parte dos meus irmãos de raça, perigos por parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos por parte dos falsos irmãos. 27Mais ainda: morto de cansaço, muitas noites sem dormir, fome e sede, muitos jejuns, com frio e sem agasalho. 28E isso para não contar o resto: a minha preocupação cotidiana, a atenção que tenho por todas as igrejas. 29Quem fraqueja, sem que eu também me sinta fraco? Quem cai, sem que eu me sinta com febre? 30Se é preciso gabar-se, é de minha fraqueza que vou me gabar (2 Cor 11,26-30).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: O maligno sabe que lá onde não floresce harmonia, concórdia e compreensão fraterna não podem existir amor de Deus, delicadeza de consciência, espírito de mortificação, amor ilimitado ao próprio estado; e para tanto se desdobra de todos os modos para exercer a sua obra desagregadora nas comunidades e para torná-las terrenos de desunião, de incompreensões e de mal-entendidos de todo tipo. Serve-se habilmente de todas as fraquezas humanas, que são inevitáveis, mesmo entre almas heroicas.

REFLEXÃO: Somente quando nos vemos no nosso verdadeiro contexto humano, como membros de uma espécie destinada a ser um só organismo e “um só corpo”, é que começamos a compreender a positiva importância não apenas dos sucessos, mas também dos fracassos e acidentes da nossa vida. As minhas vitórias não me pertencem exclusivamente. Seu caminho foi preparado por outros. O fruto dos meus trabalhos não é só meu, pois estou preparando o caminho para as realizações dos que hão de vir. Também não pertencem apenas a mim as minhas falhas. Podem vir da falta alheia, mas também são compensadas pelo que outros realizam. Por conseguinte, o sentido da minha vida não deve ser buscado apenas na soma das minhas realizações. Só pode ser visto na integração completa das minhas vitórias e falhas nas vitórias e falhas da minha geração, da minha sociedade e do meu tempo[1].




[1] MERTON, Thomas. Homem algum é uma ilha. Campinas: Verus Editora, 2003. p. 17.

Nenhum comentário:

Postar um comentário