11/01/2015

4. A arte de amar em Cristo

SÃO PAULO APÓSTOLO: 25Por isso, abandonem a mentira: cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. 26Vocês estão com raiva? Não pequem; o sol não se ponha sobre o ressentimento de vocês. 27Não deem ocasião ao diabo (Ef 4,25-27).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Escreve o Padre Lacordaire: "Não posso amar uma pessoa, sem que a alma vá atrás do coração e sem que Jesus passe pelo meio. Não me parecem íntimas as comunicações, se não são sobrenaturais. Que intimidade pode haver onde se não veem até o fundo os pensamentos e os afetos que enchem a alma de Deus?". Mas no mundo se encontram às vezes desvios perigosos. É necessário sermos prevenidos, para que a amizade se contenha sempre dentro dos seus verdadeiros limites e não saia do leito da virtude. Não se pode encontrar uma força destruidora do bem tão terrível quanto uma falsa e má amizade.

REFLEXÃO: A maior dignidade do homem, seu poder essencial e peculiar, o segredo mais íntimo daquilo que constitui sua humanidade, é a capacidade que ele tem de amar. Esse poder escondido nas profundezas da alma humana imprime no homem a imagem e semelhança de Deus[1]. Algo há na própria natureza da minha liberdade que me inclina a amar, a fazer o bem, a dedicar-me ao outro. Tenho um instinto que me diz que sou menos livre quando estou vivendo para mim só. A razão é que eu não posso ser de todo independente. Desde que não me basto a mim mesmo, dependo de algum outro para a minha plenitude. A minha liberdade não é plena quando deixada a si mesma. Ela só se torna tal quando posta em justa relação com a liberdade de outro[2].


[1] MERTON, Thomas. Questões abertas. Rio de Janeiro: Agir Editora, 1963. p. 116.
[2]  MERTON, Thomas. Homem Algum é uma Ilha. São Paulo: Verus Editora, Campinas, 2003. p. 37.

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