25/01/2015

6. Vida e sociedade

SÃO PAULO APÓSTOLO: 15Que a paz de Cristo reine no coração de vocês. Para essa paz vocês foram chamados, como membros de um mesmo corpo. Sejam também agradecidos. 16Que a palavra de Cristo permaneça em vocês com toda a sua riqueza, de modo que possam instruir-se e aconselhar-se mutuamente com toda a sabedoria. Inspirados pela graça, cantem a Deus, de todo o coração, salmos, hinos e cânticos espirituais (Cl 3,15-16).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: A nossa vida se desenvolve em sua maior parte na sociedade; e é na sociedade que se deve exercer o apostolado e santificar as relações. A sociabilidade quer uma convivência serena; mas ao mesmo tempo quer uma convivência benéfica e apostólica, também na mais ampla família humana.

REFLEXÃO: O saber fazer festa juntos, o conceder-se momentos de distensão pessoal e comunitária, o tomar distância de quando em quando do próprio trabalho, o alegrar-se nas alegrias do irmão, a atenção solícita às necessidades dos irmãos e irmãs, o empenho confiante no trabalho apostólico, o afrontar com misericórdia as situações, o ir ao encontro do amanhã com a esperança de encontrar sempre, e em qualquer caso, o Senhor: tudo isso alimenta a serenidade, a paz, a alegria. E se torna força na ação apostólica[1].



[1] A vida fraterna em comunidade, 1994, n.28

18/01/2015

5. Características do verdadeiro amor

SÃO PAULO APÓSTOLO: 4O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho (1Cor 13,4).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: “O amor é paciente”: não se perturba pelas dores da vida, pelas dificuldades... É preciso sempre estar dispostos a nos contentar também com pouco, e ser capaz de sofrer em vez de fazer sofrer[1]*.

REFLEXÃO: O dom do amor é o dom do poder e da capacidade de amar, e, por conseguinte, dar o amor plenamente é também recebê-lo. Assim, só um amor que é repartido pode ser conservado, e ele só pode ser perfeitamente dado quando é também recebido. O amor só busca uma coisa: o bem do amado. O amor, portanto, é a sua própria recompensa. A sua alegria está no próprio efeito, que é o bem do amado[2].



[1] * Pensamentos traduzidos pelo organizador do material.
[2] MERTON, Thomas. Homem algum é uma ilha. Tradução: Timóteo Amoroso Anastácio. Campinas: VERUS, 2003, p.17.

11/01/2015

4. A arte de amar em Cristo

SÃO PAULO APÓSTOLO: 25Por isso, abandonem a mentira: cada um diga a verdade ao seu próximo, pois somos membros uns dos outros. 26Vocês estão com raiva? Não pequem; o sol não se ponha sobre o ressentimento de vocês. 27Não deem ocasião ao diabo (Ef 4,25-27).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Escreve o Padre Lacordaire: "Não posso amar uma pessoa, sem que a alma vá atrás do coração e sem que Jesus passe pelo meio. Não me parecem íntimas as comunicações, se não são sobrenaturais. Que intimidade pode haver onde se não veem até o fundo os pensamentos e os afetos que enchem a alma de Deus?". Mas no mundo se encontram às vezes desvios perigosos. É necessário sermos prevenidos, para que a amizade se contenha sempre dentro dos seus verdadeiros limites e não saia do leito da virtude. Não se pode encontrar uma força destruidora do bem tão terrível quanto uma falsa e má amizade.

REFLEXÃO: A maior dignidade do homem, seu poder essencial e peculiar, o segredo mais íntimo daquilo que constitui sua humanidade, é a capacidade que ele tem de amar. Esse poder escondido nas profundezas da alma humana imprime no homem a imagem e semelhança de Deus[1]. Algo há na própria natureza da minha liberdade que me inclina a amar, a fazer o bem, a dedicar-me ao outro. Tenho um instinto que me diz que sou menos livre quando estou vivendo para mim só. A razão é que eu não posso ser de todo independente. Desde que não me basto a mim mesmo, dependo de algum outro para a minha plenitude. A minha liberdade não é plena quando deixada a si mesma. Ela só se torna tal quando posta em justa relação com a liberdade de outro[2].


[1] MERTON, Thomas. Questões abertas. Rio de Janeiro: Agir Editora, 1963. p. 116.
[2]  MERTON, Thomas. Homem Algum é uma Ilha. São Paulo: Verus Editora, Campinas, 2003. p. 37.

04/01/2015

3.A vida sem amor

SÃO PAULO APÓSTOLO: 14Pois toda a Lei encontra a sua plenitude num só mandamento: “Ame o seu próximo como a si mesmo”. 15Mas, se vocês se mordem e se devoram uns aos outros, tomem cuidado! Vocês vão acabar destruindo-se mutuamente (Gl 5,14-15).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: O homem deve amar. A vida sem amor é árida, triste, cínica, cética, mal-humorada. É porque não se ama que surgem tantos males e muitas pessoas provocam voluntariamente a própria morte. Oh, como é desprezível a vida sem amor.

REFLEXÃO: A quem o segue, Jesus propõe a perfeição do amor: um amor cuja única medida é não ter medida, ir além de qualquer cálculo. O amor ao próximo é uma atitude tão fundamental que Jesus chega a afirmar que a nossa relação com Deus não pode ser sincera se não quisermos fazer as pazes com o próximo. E diz assim: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão e, depois, vem e apresenta a tua oferta” (vv. 23-24). Por isso somos chamados a reconciliar-nos com os nossos irmãos antes de manifestar a nossa devoção ao Senhor na oração[1].



[1] Papa Francisco, Praça de São Pedro,  9 de Fevereiro de 2014