30/09/2015

84 - Que é a vida sem o amor?

SÃO PAULO APÓSTOLO: 19Portanto, busquemos sempre as coisas que trazem paz e edificação mútua (Rm 14,19). 31Afastem de vocês qualquer aspereza, desdém, raiva, gritaria, insulto, e todo tipo de maldade (Ef 4,31).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Nada valeriam todas as jaculatórias desse mundo sem o amor.



REFLEXÃO: Quando as pessoas realmente amam, experimentam muito mais do que apenas a necessidade de companhia e aconchego mútuos. Em sua relação com o outro, tornam-se pessoas diferentes: são mais do que de costume, mais vivas, mais compreensivas, mais pacientes, mais resistentes... São refeitas como seres novos. Transformadas pelo poder do seu amor[1].






[1] MERTON, Thomas. Amor e Vida. Martins Fontes Editora, São Paulo, 2004. p. 36.

27/09/2015

41. Santificar-se na totalidade

 SÃO PAULO APÓSTOLO: 12Como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência (Cl 3,12).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: A oração deve empenhar todo o nosso dia e todo o nosso ser, porque o homem deve santificar-se na sua totalidade.

REFLEXÃO: Se queremos ter vida espiritual, temos de unificar nossa vida. Uma vida ou é toda espiritual ou não o é de todo. Nossa vida é moldada pelo fim para o qual vivemos. Somos feitos à imagem daquilo que desejamos[1].



[1] MERTON, Thomas. Na liberdade da solidão. Petrópolis: ed. VOZES, 2001, p.47.

23/09/2015

83- Comunhão e caridade

SÃO PAULO APÓSTOLO: 3Não façam nada por competição e por desejo de receber elogios, mas por humildade, cada um considerando os outros superiores a si mesmo. 4Que cada um procure, não o próprio interesse, mas o interesse dos outros (Fl 2,3-4).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Esta comunhão de intentos deve aproximar-nos com vínculos de caridade, fazendo das casas religiosas suaves oásis de paz, nesta mísera terra, incessantemente dilacerada pelas paixões, pelos interesses e pelas intrigas humanas.



REFLEXÃO: Viver só para si mesmo é morrer. Crescemos e desabrochamos em nossas vidas na medida em que vivemos para outros e através de outros. O que nos falta, Deus lhes deu. Eles devem completar-nos ali onde somos deficientes[1].





[1] MERTON, Thomas. Tempo e Liturgia. Petrópolis: VOZES, 1968, p.68.

20/09/2015

40. Praticar a hospitalidade

SÃO PAULO APÓSTOLO: 7Acolham-se uns aos outros, como Cristo acolheu vocês, para a glória de Deus (Rm 15,7). 16Estejam sempre alegres, 17rezem sem cessar. 18Deem graças em todas as circunstâncias, porque esta é a vontade de Deus a respeito de vocês em Jesus Cristo (1 Tes 5,16-18).


BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: A sociabilidade quer que se pratique a hospitalidade. A hospitalidade, recomendada por São Paulo, implica no dever de quem hospeda de ser acolhedor e atencioso; mas também no dever de quem é hospedado de ser respeitoso e edificante, “hospitaleiros uns com os outros, sem murmurar” (1Pd 4,9).


REFLEXÃO: A vida em comum precisa de pessoas serenas que conheçam a alegria, a verdadeira alegria, a alegria do coração, a alegria suave que transparece no rosto e nos gestos; pessoas capazes de amar e de deixar-se amar, contentes de ser quem são e de estar onde estão e com quem estão[1].




[1] COLOMBERO, Giuseppe. Vida religiosa da convivência à fraternidade. São Paulo: Paulus, 2003, p.44.   

16/09/2015

82 - O que favorece a sociabilidade?

SÃO PAULO APÓSTOLO: 12Sejam alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. (Rm 12,12).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: A sociabilidade é muito favorecida por recreações alegres, comunitárias, regradas pela prudência.



REFLEXÃO: Por causa da vida comunitária, a felicidade ou infelicidade do religioso depende, em parte expressiva, daquela rede de contatos e relações afetivas chamada clima ou ambiente comunitário, aquela soma de elementos intangíveis, palavras, silêncios, sentimentos, gestos, olhares, que distinguem uma convivência que é apenas um compartilhar do mesmo teto, refeições e regras, de uma comunidade onde há união de corações e vidas[1].




[1] COLOMBERO, Giuseppe. Vida religiosa da convivência à fraternidade. São Paulo: Paulus, 2003, p. 6.

13/09/2015

39. Quando não há integração e unidade

SÃO PAULO APÓSTOLO: 15Estejam atentos para a maneira como vocês vivem: não vivam como tolos, mas como homens sensatos, 16aproveitando o tempo presente, porque os dias são maus. 17Não sejam insensatos; ao contrário, procurem compreender a vontade do Senhor. 18Não se embriaguem com vinho, que leva para a libertinagem, mas busquem a plenitude do Espírito (Ef 5,15-21).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Quantas vontades e energias desunidas, desorganizadas, se perdem em desejos, em tentativas, em desilusões! É preciso que todos juntos preparem o pão do espírito e da verdade.

REFLEXÃO: Coabitação ou comunhão? Esta é a pergunta que está na base de toda reflexão, livro ou conferência que se queira fazer sobre a vida em comum. Viver próximos ou juntos? É sobre esse aspecto da vida religiosa que se assenta concretamente a sua autenticidade e credibilidade. Mas é nessa área também que repousa a alternativa de sermos felizes ou infelizes, de fruirmos o sentimento prazeroso de ter feito a escolha certa, entrando num instituto religioso, ou de termos a sensação amarga e frustrante de ter cometido um grande erro. Há escolhas na vida sobre as quais jogamos realmente tudo[1].


[1] Vida religiosa da convivência à fraternidade, p.9, Paulus,  2003

09/09/2015

81 - O valor fundamental da comunidade

SÃO PAULO APÓSTOLO: 1Sejam meus imitadores, como também eu o sou de Cristo (1 Cor 11,1). 5Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo (Fl 2,3-5).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: O valor fundamental da comunidade é constituído pelas pessoas que a compõem, e o fim dela é o auxílio fraterno para a santificação delas na dedicação ao apostolado.



REFLEXÃO: A vida fraterna em comum, como expressão da união realizada pelo amor de Deus, além de constituir um testemunho essencial para a evangelização, tem grande importância para a atividade apostólica e para sua finalidade última. Daí a força de sinal e de instrumento da comunhão fraterna da comunidade religiosa. A comunhão fraterna está, de fato, no inicio e no fim do apostolado[1].


[1] A vida fraterna em comunidade, 1994, n.2.

80- O inimigo das almas religiosas

SÃO PAULO APÓSTOLO: 19Não extingam o Espírito, 20não desprezem as profecias; 21examinem tudo e fiquem com o que é bom. 22Fiquem longe de toda espécie de mal (1 Tes 5,19-22).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Mas o demônio, inimigo das almas religiosas e, por excelência, espírito de desordem, encontra mil caminhos para nelas entrar, perturbando a paz e semeando discórdias.



REFLEXÃO: A presença do diabo está na primeira página da Bíblia, que termina com a vitória de Deus sobre o demônio, que volta sempre com as tentações. Não podemos ser ingênuos. Como ir pelo nosso caminho cristão, quando há tentações? Quando nos perturba o diabo?. O primeiro critério sugerido pelo trecho evangélico é que se pode obter a vitória de Jesus sobre o mal, sobre o diabo, parcialmente. Ou estás com Jesus, ou contra Ele. E neste ponto não há alternativas. Existe uma luta na qual está em jogo a nossa salvação eterna. O demônio é astuto: nunca é expulso para sempre, e só o será no último dia. Eis por que motivo é preciso vigiar[1].




[1] Papa Francisco, meditações matutinas, capela da Domus Sanctae Marthae, 11 de outubro de 2013

06/09/2015

38. Solidão e vida comum

SÃO PAULO APÓSTOLO: 6Não se inquietem com nada. Apresentem a Deus todas as necessidades de vocês através da oração e da súplica, em ação de graças. 7Então a paz de Deus, que ultrapassa toda compreensão, guardará em Jesus Cristo os corações e pensamentos de vocês (Fl 4,4-7).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Para uma ascese sadia é também necessário saber isolar-se, saber tomar decisões e viver como adultos.

REFLEXÃO: Quando a sociedade humana cumpre a sua verdadeira missão, as pessoas que a formam crescem cada vez mais em liberdade individual e integridade pessoal. E quanto mais o indivíduo desenvolve e descobre os secretos poderes da sua incomunicável personalidade, tanto mais contribuirá para a vida e para o bem-estar do conjunto. A solidão é tão necessária à sociedade como o silêncio à linguagem, o ar aos pulmões e o alimento ao corpo. Uma comunidade que tenta invadir ou destruir a solidão espiritual dos indivíduos que a compõem, condena-se à morte por asfixia espiritual[1].



[1] MERTON, Thomas. Homem algum é uma ilha. Tradução: Timóteo Amoroso Anastácio. Campinas: VERUS, 2003, p.208

02/09/2015

79 - O poder das palavras

SÃO PAULO APÓSTOLO: 29Que nenhuma palavra inconveniente saia da boca de vocês; ao contrário, se for necessário, digam boa palavra, que seja capaz de edificar e fazer o bem aos que ouvem. 30Não entristeçam o Espírito Santo, com que Deus marcou vocês para o dia da libertação (Ef 4,29-30).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: A palavra mordaz, vulgar, grosseira, brutal, quantas perturbações e descontentamentos produz em quem a diz e em quem a ouve! Não bastam a sabedoria, a instrução, a virtude; é preciso que tudo seja complementado com modos e comportamento de verdadeiros religiosos.



REFLEXÃO: A agressividade consiste em fazer valer direitos e desejos pessoais e expressar opiniões e sentimentos de maneira irresponsável ou desrespeitosa, por falta de sinceridade e/ou clareza para violar os desejos do outro. O que a conduta agressiva pretende é dominar ou ganhar a todo custo; forçar o outro, se for preciso, a perder, humilhando-o e oprimindo-o de forma que ele se sinta incapaz de defender-se da agressão. Para o agressivo, “só eu sou importante”; para o submisso, “não tenho importância alguma”; para o assertivo, por outro lado, “tanto você quanto eu somos importantes”; portanto, “dialoguemos”. ‘Quero amá-lo sem asfixiar, apreciá-lo sem julgar, unir-me a você sem escravizá-lo, convidá-lo sem exigir, deixá-lo sem me sentir culpado, criticá-lo sem ferir e ajudá-lo sem menosprezar. Se posso obter o mesmo de você, então poderemos realmente nos encontrar e nos enriquecer mutuamente’)[1].





[1] BONET, José Vicente. Seja amigo de si mesmo.  Edições Loyola: São Paulo, 1995, p.82,83,84