29/11/2015

50. Amar e compreender

SÃO PAULO APÓSTOLO: 9Este é o meu pedido: que o amor de vocês cresça cada vez mais em perspicácia e sensibilidade em todas as coisas. 10Desse modo, poderão distinguir o que é melhor, e assim chegar íntegros e inocentes ao dia de Cristo (Fl 1,9-10).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Saber compreender-se: este é o primeiro passo em direção a uma convivência que, mais do que a de boa vizinhança, é a de um parentesco sui generis, pois é comunhão de pensamento, de espírito e de aspirações. Quem é fiel nas pequenas coisas, o será também nas grandes. Quem ama será amado; quem não ama não será amado.

REFLEXÃO: Na realidade, o amor é uma força positiva, um poder espiritual transcendente. É, de fato, o poder criativo mais profundo na natureza humana. Enraizado nas riquezas biológicas de nossa herança, o amor floresce espiritualmente como liberdade e como resposta da criatura à vida num encontro perfeito com uma outra pessoa. É uma apreciação viva da vida como valor e como dom. Responde à fecundidade, à variedade e à total riqueza da própria experiência viva; ele ‘conhece’ o mistério interior da vida. Deleita-se com a vida como uma fortuna inesgotável. O amor aprecia essa fortuna de uma maneira impossível ao conhecimento. O amor tem a sua própria sabedoria, sua própria ciência, sua própria maneira de explorar as profundezas interiores da vida no mistério da pessoa amada. O amor sabe, compreende e satisfaz as exigências da vida, na medida em que responde com calor, abandono e entrega[1].



[1] MERTON, Thomas. Amor e Vida. São Paulo: Martins Fontes Editora, 2004. p.35-36

25/11/2015

91 - Qual é o mais belo dom?

SÃO PAULO APÓSTOLO: 16Evite o palavreado inútil dessa gente que se vai tornando cada vez mais ímpia; 17a palavra deles é como gangrena que se alastra (1 Tm 2,16-17).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Comunicar e transmitir o bem é o mais belo dom que se pode fazer a quem se ama.



REFLEXÃO: O que nos é pedido é apenas uma coisa: amar; e, se algo pode consegui-lo, é certamente esse amor que há de tornar, tanto a nós quanto o próximo, dignos. De fato, isso é uma das coisas mais importantes em matéria de amor. Não existe neste mundo outra maneira de tornar alguém digno de amor senão amando-o. Logo que alguém reconhece ser amado – se não é tão fraco que não suporte mais ser amado – sente-se instantaneamente transformado e a caminho de ser digno de amor. Procurará, então, corresponder, extraindo das profundezas do seu ser um misterioso valor espiritual, uma identidade nova, chamada a existir pelo poder do amor que lhe é dedicado[1].





[1]  MERTON, Thomas. Questões abertas. Agir, Rio de Janeiro, 1963. p. 145.

22/11/2015

49. O humor e a simplicidade

SÃO PAULO APÓSTOLO: 13Sejam vigilantes, permaneçam firmes na fé, sejam homens, sejam fortes. 14Façam tudo com amor. 16Sejam atenciosos para com pessoas de tal valor e para com todos os que colaboram e se afadigam na mesma obra (1 Cor 16,13-14; 16).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Cultivar a estabilidade no humor e a simplicidade, para não orgulhar-se no sucesso e não desanimar nas adversidades.

REFLEXÃO: Para favorecer a comunhão dos espíritos e dos corações daqueles que, são chamados a viver juntos numa comunidade, parece oportuno recordar a necessidade de cultivar as qualidades requeridas em todas as relações humanas: educação, gentileza, sinceridade, controle de si mesmo, delicadeza, senso de humorismo e espírito de partilha[1].




[1] A vida fraterna em comunidade, 1994, n.27

18/11/2015

90- Formar a consciência

SÃO PAULO APÓSTOLO: 16Se os primeiros frutos são santos, toda a massa também será santa; se a raiz é santa, os ramos também serão santos. 17Se alguns ramos foram cortados, e você, oliveira selvagem, foi enxertada no lugar deles e agora recebe a seiva das raízes, 18não se envaideça nem despreze os ramos. Se você se orgulha, saiba que não é você que sustenta a raiz, mas é a raiz quem sustenta você (Rm 11,16-18).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Quando temos a consciência bem formada, não agimos segundo as circunstâncias, atrações ou impressões, mas segundo os princípios e disposições recebidas... Da mente nasce tudo. É muito importante disciplinar a inteligência porque a luz passa da mente à vontade para fazer o bem; da inteligência esclarecida provém uma consciência segura que, por sua vez, regula a vida moral e sobrenatural, disciplinando o coração. 



REFLEXÃO: Não posso exercer boas escolhas, a menos que desenvolva uma consciência bem madura e prudente, em condições de oferecer-me uma percepção acurada dos meus motivos, das minhas intenções e dos meus atos morais. A palavra que aqui se deve por em relevo é madura. A consciência imatura é aquela que baseia os seus juízos parcialmente ou, mesmo, por inteiro, sobre as disposições dos outros a respeito das suas decisões. O bem é o que é admirado ou aceito pelas pessoas com quem vive. O mal é o que as irrita ou contraria. Mesmo quando a consciência imatura não é inteiramente dominada por outros, ela só age como representante de uma outra consciência. A consciência infantil não é senhora de si mesma[1]





[1] MERTON, Thomas. Homem algum é uma ilha. Tradução: Timóteo Amoroso Anastácio. Campinas: VERUS, 2003, p.39

15/11/2015

48. Um só querer

SÃO PAULO APÓSTOLO: 5O Deus da perseverança e da consolação conceda que vocês tenham os mesmos sentimentos uns com os outros, a exemplo de Jesus Cristo (Rm 15,5).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Somos muitas pessoas, mas deve haver um só espírito, um só amor, um só pensamento, um só querer: o de Cristo.

REFLEXÃO: A interioridade é o que temos de mais precioso. A interioridade é a familiaridade com a própria vida intima, centrada mais no sentir que no fazer, é a capacidade de nos levarmos rapidamente para o centro, onde reside o nosso verdadeiro eu, onde penetram as nossas raízes, onde está tudo aquilo em que acreditamos e que amamos, a nossa filosofia ou teologia de vida, os valores, o mapa da nossa existência... Aqui está o segredo da paz profunda e da alegria de crer e de estar junto[1].  



[1] COLOMBERO, Giuseppe. Vida religiosa da convivência à fraternidade. São Paulo: Paulus, 2003, p. 123,124

11/11/2015

89- Para crescer no amor de Deus

SÃO PAULO APÓSTOLO: 17Se alguém está em Cristo, é nova criatura. As coisas antigas passaram; eis que uma realidade nova apareceu (2 Cor 5,17).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Dentre os sacrifícios, a vida comum é o mais útil ao estado religioso para crescer no amor a Deus.



REFLEXÃO: Quem escolhe a vida consagrada decide viver com outros, seus semelhantes, numa comunidade. Como consequência, crescer na vida espiritual implica também crescer no modo de estar com os outros e apurar sempre mais o próprio estilo de comunicação. Isso significa que errar ou ser carente no plano da sociabilidade equivale a falhar ou ser carente também como sujeito religioso[1].





[1] COLOMBERO, Giuseppe. Vida religiosa da convivência à fraternidade. São Paulo: Paulus, 2003, p. 6

08/11/2015

47. Temperamentos diversos

SÃO PAULO APÓSTOLO: 8A um, o Espírito dá a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; 9a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; 10a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de falar em línguas; a outro ainda, o dom de as interpretar. 11Mas é o único e mesmo Espírito quem realiza tudo isso, distribuindo os seus dons a cada um, conforme ele quer (1 Cor 12,8-11).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: Na comunidade religiosa mais perfeita que possais imaginar, encontrareis inevitavelmente os caracteres mais opostos, e isso pode ser explicado com toda facilidade. A variedade das disposições dos pais que oferecem à religião os seus filhos, as características de cada uma das regiões que dão à índole colorações totalmente particulares e a indefinida diversidade de humores fazem com que se encontrem juntos na mesma casa, da manhã à noite, em todas as horas do dia, sempre perto uns dos outros, temperamentos calmos e irrequietos, reflexivos e volúveis, serenos e assustados, equilibrados e fantásticos etc.

REFLEXÃO: Não somos todos iguais, e não devemos ser todos iguais. Todos nós somos diversos, diferentes, cada qual com as suas próprias qualidades[1].



[1] Papa Francisco, Audiência Geral, 9 de Outubro de 2013.

04/11/2015

88- Amar os pecadores

SÃO PAULO APÓSTOLO: 18Ninguém se iluda. Se alguém de vocês pensa que é sábio segundo os critérios deste mundo, torne-se louco para chegar a ser sábio; 19pois a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus (1 Cor 3,18-19). 27Uma só coisa: comportem-se como pessoas dignas do Evangelho de Cristo (Fl 1,27).



BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: O coração humano é um mistério; é preciso compadecer-se, rezar e ajudar os mais necessitados. Jesus amava os pecadores de uma maneira especial.



REFLEXÃO: Tendo amado os seus, o Senhor amou-os até o fim. Sabendo que chegara a hora de partir deste mundo para voltar a seu Pai, no decurso de uma refeição lavou-lhes os pés e deu-lhes o mandamento do amor[1].




[1] Catecismo da Igreja Católica, n.1337.

01/11/2015

46. As conveniências sociais

SÃO PAULO APÓSTOLO: 9Não nos cansemos de fazer o bem; se não desanimarmos, quando chegar o tempo, colheremos. 10Portanto, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, especialmente aos que pertencem à nossa família na fé (Gl 6,9-10).

BEM-AVENTURADO TIAGO ALBERIONE: É grande erro ignorar, ou fingir ignorar, as conveniências sociais: a urbanidade dos modos e as demonstrações de estima facilitam os caminhos da convivência alegre e conferem uma superioridade respeitada.

REFLEXÃO: Em primeiro lugar, uma comunidade viva se caracteriza pelo fato de que seus membros nela se sentem bem, em casa. O relacionamento é marcado pela confiança e simpatia, pelo interesse nas outras pessoas e pela experiência de ser bem-vindo; por uma atmosfera cordial, que se alimenta da certeza de que seus membros estão a caminho juntos, em termos humanos e espirituais. Cada pessoa tem o direito de ser como é[1].



[1] GRÜM, Anselm. SARTORIUS, Christiane. Amadurecimento espiritual e humano na vida religiosa. São Paulo: Paulinas, 2. ed.2008, p.159,160.